Nos últimos dias, uma fake news sobre a criação de um novo imposto para carros começou a circular na internet. A informação falsa simula o layout do G1 e afirma que o governo federal estaria estudando uma nova taxa para veículos com mais de 20 anos de uso.
Também é mencionado que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teria recebido aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para implementar a medida.
A publicação enganosa ainda cita órgãos como IBAMA e FUNAI, além de afirmar que o valor da cobrança seria calculado com base na Tabela FIPE. No entanto, todas essas alegações são falsas.
O que há de verdade na discussão sobre impostos?
A fake news ganhou repercussão devido a um debate legítimo que ocorre no Congresso Nacional sobre a reforma tributária. Um dos pontos em discussão é o chamado “Imposto do Pecado”, que prevê alíquotas mais altas para produtos considerados prejudiciais ao meio ambiente ou à saúde da população.
No entanto, essa proposta ainda não foi aprovada e não há qualquer menção a uma taxação específica para veículos antigos. O governo discute a possibilidade de isentar carros elétricos dessa cobrança, devido ao seu menor impacto ambiental, mas o tema segue em debate.
A confusão gerada pela notícia falsa se deve à existência de outras taxas ambientais, que já são aplicadas em determinadas regiões do país, mas possuem finalidades diferentes.
Taxa ambiental usada na fake news
A publicação enganosa também menciona uma taxa ambiental, que de fato existe no Brasil, mas não tem relação com a idade dos veículos ou com a arrecadação de recursos para programas assistenciais.
Trata-se da Taxa de Preservação Ambiental (TPA), cobrada por algumas cidades turísticas para reduzir o impacto dos automóveis no meio ambiente.
Locais como Ilhabela e Ubatuba, em São Paulo, e Fernando de Noronha, em Pernambuco, adotam essa tarifa para controlar a circulação de veículos e minimizar danos à natureza.
Essa taxa, no entanto, está em vigor desde 1989 e não foi criada no atual governo, ao contrário do que sugere a fake news.
Como não cair em fake news sobre impostos
Com a disseminação de informações falsas, é essencial adotar medidas para verificar a veracidade das notícias. O primeiro passo é sempre conferir a fonte da informação, evitando compartilhar conteúdos sem procedência confiável.
Além disso, buscar esclarecimentos em órgãos oficiais, como o Ministério da Fazenda e portais de checagem de fatos, ajuda a evitar a propagação de boatos. No caso de tributos e novas regulamentações, acompanhar os debates no Congresso e consultar especialistas são formas seguras de se manter bem informado.
A desinformação pode causar pânico desnecessário e influenciar negativamente discussões legítimas sobre políticas públicas. Por isso, é fundamental estar atento e checar os fatos antes de acreditar em qualquer nova “taxa” divulgada na internet.
Fonte: capitalist