A relação entre dívida e PIB (produto interno bruto) segue em crescimento no Brasil. Ao fim de 2024, a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) chegou ao patamar de R$ 9 trilhões, o que representa 76,1% do PIB, do país. Na comparação com o ano anterior, essa relação subiu 2,2%, com a elevação atribuída, principalmente, pela incorporação de juros nominais, além do efeito da desvalorização do real em 2024 e do reconhecimento de dívidas.
Por outro lado, o crescimento do PIB nominal nesse período contribuiu para amenizar o aumento da dívida. Apesar de ainda não haver dados consolidados sobre a atividade econômica no país em 2024, o Banco Central estima que a economia deve ter crescido 3,5% nesse período.
Além disso, os resgates líquidos de dívida e demais ajustes da dívida externa também ajudaram a reduzir os efeitos no ano. Ao analisar apenas o mês de dezembro, a relação dívida-PIB recuou 1,6% do PIB. Os dados foram publicados nesta sexta-feira (31/1), no relatório de Estatísticas Fiscais, do BC.
A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP), por sua vez, que inclui, além dos governos federal, estadual e municipal, a Previdência Social e algumas empresas estatais, como a Itaipu Binacional, atingiu 61,1% do PIB, ou R$ 7,2 bilhões em 2024. Com isso, houve um aumento de 0,7% na comparação com o ano anterior.
Setor público
O Banco Central divulgou ainda o deficit primário do setor público em 2024, que atingiu R$ 47,6 bilhões, o que representa 0,4% do PIB. No ano anterior, esse deficit havia sido de R$ 249,1 bilhões. No mês de dezembro, houve superavit primário de R$ 15,7 bilhões no setor público consolidado, ante deficit de R$129,6 bilhões em dezembro do ano anterior.
Vale destacar que a taxa básica de juros Selic elevada contribuiu para o resultado acumulado no ano. Em 2024, os juros nominais do setor público consolidado atingiram R$ 950,4 bilhões — o que representa 8,05% do PIB —, ante R$ 718,3 bilhões (ou 6,56% do PIB) em 2023.
Fonte: correiobraziliense